Encontro Estadual para as Lideranças da RCC destaca a Missão. O lema é Faze-te ao largo e lançai as vossas redes para pescar.
Em agosto, a liderança da Renovação Carismática Católica do Estado do Piauí reunir-se-á na Arquidiocese de Teresina para o Encontro Estadual de Formação para Coordenadores e Ministérios. O tradicional Fórum Carismático se apresentará com uma nova roupagem.
O Encontro Estadual de Formação para Coordenadores e Ministérios é destinado a coordenadores diocesanos, de ministérios, Grupos de Oração, de equipes e núcleos de serviço. O evento será marcado de momentos de profunda oração, formação geral e específica, escuta profética e partilha.
No ano passado, a RCC de todo o Brasil se expressou com clareza e entusiasmo – quer através da música e da dança, peças de teatro e de pregações, de reflexões teológicas e seminários de vida –, que “Jesus Cristo é o Senhor!”. Neste ano que chega a seu termo, entre iniciativas de restauração de práticas espirituais arrefecidas no seio do Movimento, propostas de reconstrução da identidade carismática, deflagração de campanhas pelo início da construção de um Centro de referência nacional para a RCC, o seu povo reconheceu e se comprometeu “Unidos pela Palavra, reconstruiremos as muralhas...” e reafirmou o compromisso com anúncio do Evangelho ao assumir a convocação “Proclama a Palavra, anuncia a Boa Notícia”.
Uma moção de continuidade, de apreço à Palavra do Senhor, de empenho missionário, de anúncio querigmático sob a luz do senhorio e da autoridade do Cristo, na força do Espírito Santo: “Por causa de tua palavra, lançaremos as redes...”, cf. Lc 5,5.
Senhorio,reconstrução e anúncio no carisma da RCC
O núcleo fundamental da pregação de Pedro logo após Pentecostes é esse: “Deus constituiu Jesus Senhor e Cristo. Arrependam-se e creiam” (cf. At 2,36.38; 3, 18-19; 5,31), em harmônica consonância com o cerne da pregação do próprio Jesus nos Evangelhos: “O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam no Evangelho” (Mc 1,15). Ou seja, submetendo-se à direção do mesmo Espírito que impelira Jesus a pregar, o Evangelho pregado pelos apóstolos (cf. At 2,36; 20,38-39) ressalta que Deus constitui Senhor aquele mesmo Jesus que fora crucificado pelos homens. Os apóstolos logo entendem que anunciar com poder uma tal realidade só seria possível com a força prometida do alto (cf. At 1,7-8; At 5,32). Entendem que era preciso “pregar o Evangelho no Espírito Santo (cf. 1 Pd 1,12). Que o próprio Jesus – primeiro evangelizador – evangelizava “com a força do Espírito...” (cf. Lc 4,14ss), que tornava Sua palavra eficaz... Também o apóstolo Paulo demonstrava essa consciência: “Minha palavra e minha pregação nada tinham da persuasiva linguagem da sabedoria, mas eram uma demonstração do Espírito e poder” (cf 1 Cor 2,4); e, ainda: “O nosso Evangelho vos foi pregado não somente por palavras, mas também com poder, com o Espírito Santo e plena convicção”. (cf. 1 Ts 1,5).
Paulo VI nos ensinava que “as técnicas de evangelização são boas, obviamente; mas, ainda as mais aperfeiçoadas não poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo. A preparação mais apurada do evangelizador nada faz sem ele. De igual modo, a dialética mais convincente, sem ele, permanece impotente em relação ao espírito dos homens. E, ainda, os mais bem elaborados esquemas com base sociológica e psicológica, sem ele, em breve se demonstram desprovidos de valor” (cf. Evangelii Nuntiandi, 75). Ou seja, evangelização com discursos baseados em sabedoria humana, simplesmente (apartados da ação e do poder do Espírito, cf. Paulo VI, EN 75), obtém dos ouvintes aprovação puramente humana e intelectual, e pode até suscitar doutores especialistas em Sagradas Escrituras e Ciências da Religião, mas não geram necessariamente o “homem novo”, cristãos “justificados”, como é próprio da atuação do Espírito – que dá vida –, e não da letra – que mata! (cf Jo 6,63).
“Para demolir fortalezas, destruir argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus e tornar todo pensamento cativo em obediência a Cristo” (cf II Cor 10,4-5), é que somos convocados a lançar agora – como “pescadores de homens” –, as redes da Palavra com a força e as armas do Espírito, pois as armas da “carne” não são suficientes... Queremos aprender, durante todo o novo ano, a crescer em confiança naquele Único que tem “palavras de vida eterna”(Jo 6,68) por cujas palavras “céus e terras foram criados” (cf. Sl 33,6), palavras que são “espírito e vida” (II Cor 3,6), e por causa de Sua Palavra, lançar as redes onde já não acreditamos mais ter “peixe”, onde cremos não valer mais a pena labutar, provavelmente por termos trabalhado confiando apenas em nossas capacidades pessoais, em nossos recursos meramente humanos, em conhecimentos baseados não na incomparável e indisputável autoridade de Deus... Que o Espírito Santo possa nos convencer, neste novo ano, – de um modo que afete nossas vidas –, a respeito do poder e da autoridade que emanam da Palavra de Jesus Cristo, nosso Senhor...
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